minhas participações

Caro Me-Chinho,

O Excmo Sr. PR deveria ter-lhe ao seu lado para relatar o discurso político. Com certeza há um bocadinho de diferência entre o que você argumenta e o que os meios publicaram ao redor da "exportação" de trabalhadores e da criação de novas colónias são-tomenses.

De fato, isso não é novo, seja ou não em forma de colónia formalizada. É óbvio a grande quantidade de são-tomenses que vivem e trabalham na diáspora em diferentes cidades europeas, e também algumas concetrações urbanas em países vizinhos, como Gabão. Alguem me falou que Libreville tinha mais de 10000 sãotomenses recenseados (se é assim, Libreville seria a 2 cidade são-tomense em África, né?).

Com tudo, particularmente sou mais partidário de tentar desenvolver ao máximo as possibilidades económicas no próprio país, sem fechar a possibilidade individual de tentar sorte e aproveitar oportunidades noutros lugares, claro, mas como opção totalmente própria.

Angola é neste momento, un país em plena emergência. Há muitos trabalhadores estrangeiros e empresas a trabalhar aí. Há muito a fazer e há dinheiro. Há poucos dias que uma notícia significava que Luanda é a cidade mais cara do mundo para os executivos. Há muitas empresas espanholas a trabalhar nesse país especialmente no campo das infrestructuras de transporte e comunicações. Tenho que imaginar-me que de portuguesas há muitas mais.

Com tudo, Angola parece, ademais, que não é país muito aberto às visitas, especialmente ao turismo. Desconheço os trámites para solicitar o visto de entrada como trabalhador, mas como turista tentei há poucas semanas. A documentação que se requere é para preparar a viágem com muito tempo. Além de passaporte em vigor, fotos, encher o impresso e pagar as tasas, os interessados devem trazer um certificado de "antecedentes penais", um certificado mêdico (não ter doença infecciosa), um certificado de solvência económica (como mínimo 100 euros por dia de estada) e uma declaração ante notário a dizer que respeitará e cumprirá a constitução e as tradições angolanas, e por se isso fosse pouco, para os cidadanos que não são originários de países lusofalantes, toda issa documentação deve estar traducida ao português por meio de uma tradução jurada. Mais ainda, dizem que a resposta não será antes de 3 semanas. Com certeza, isso desincentiva qualquer tentativa de visita, especialmente impossibilita a improvisação.

Por outro lado, segundo as explicações da funcionária do consulado, todo esse trámite se reduz notávelmente se o interessado solicita um visto normal (não turístico), de negócios, mas precisa-se uma carta de chamada de uma empresa ou de uma institução nacional.

Claramente a opção angolana é em direção a um tipo de desenvolvimento que nada tem a ver com o turismo e sim com os negócios e, muito provávelmente, com o trabalho.

Há um tempo que também um notável empresário são-tomense e primeiro promotor de una fundação altruista, recomendava aos novos têcnicos são-tomenses vindos de Cuba a lançar-se à aventura angolana. Realmente há tantas oportunidades de desenvolvimento pessoal lá? A faceta altruísta do senhor estava a recomendar a essos jóvens realmente, sinceiramente, um melhor futuro des da sua própria experiência?

Voltando al quid da qüestão: Quiçás todas as afirmações dos chefes, por muito surprendentes que parezcam, devam ler-se diferentes vezes, por diante, e por detrás, entre linhas, trasfondeadas... antes de emitir uma crítica totalmente conclusiva.

Um grande abraço,

Xavier

--- In saotome@yahoogroups.co.uk, me chinho costa alegre wrote:

Meus caros,

Acho que isto de cooperação com Angola é apenas conversa porque se não
for, os políticos são-tomenses ainda não estão a retirar os
verdadeiros dividendos dessa cooperação.

Há dias, o PR Sr. Fradique de Menezes lançou uma ideia que foi
bastante criticada aqui da exportação de recursos humanos para outros
países, incluindo Angola.
Mas eu entendo a razão de fundo deste ponto de vista do PR de STP. O
Sr. devia ter sugerido que STP tem recursos humanos - qualificados e
não - e que essas pessoas deviam ter a liberdade de circularem entre
os países da CPLP. Na verdade precisamos assumir que os são-tomenses
têm valor tanto fora como dentro do país e que a falta de emprego
internamente pode ser compensada com imigração e também com emigração.
Ou seja, dada a dimensão do país, devia haver maior circulação de
pessoas entre todos os nossos parceiros.

Retomando o caso de Angola, não se compreende que Angola não tenha um
embaixador acreditado em STP, nem STP em Angola. E pior que isso,
também sejam imposta imensas restrições aos vistos pedidos por são-
tomenses para ir à Angola. Por isso, eu tenho imensas dúvidas se
estamos a falar de verdadeiros parceiros.

Abraços

Mé-Chinhô




Em 2010/07/21, às 06:39, Uba Budo no coração escreveu:

Angop 20-07-2010
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/politica/2010/6/29/Pinto-Costa-destaca-importancia-independencia-Angola,54e286f2-2bd8-42ca-80fa-a6874330f006.html

São Tomé e Príncipe
Pinto da Costa destaca importância da independência de Angola

São Tomé (Do enviado especial) – A independência de Angola catapultou
o país para exercer um papel crucial na África Austral e, em
particular, entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
(Palop), considerou nesta segunda-feira, o antigo presidente do MLSTP
e de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa.

O político referiu que depois da paz, alcançada em 2002, Angola tem
dado passos importantes para se concretizar os ideais que levaram os
movimentos de libertação a lutarem pela sua independência.

"São 35 anos de luta, dor e tudo só se consegue através de
sacrifícios. Houve precalços durante este tempo, mas, valeu a pena",
referiu, a propósito do trigésimo quinto aniversário que o país vai
assinalar a 11 de Novembro.

Falando a jornalistas angolanos, na capital são-tomense, Pinto da
Costa afirmou que Angola é um país dinâmico, em movimento, e poderá
ajudar os outros países da região a encontrarem a estabilidade e o
equilíbrio necessários ao seu desenvolvimento socioeconómico.

Disse que tanto o povo angolano, como o são-tomense, com a experiência
que têm destes 35 anos (São Tomé já os completou no passado dia 12 do
mês em curso), estão em condições de poder utilizar os ensinamentos
adquiridos ao longo deste período, para dar um impulso ao processo de
desenvolvimento dos seus países e ir ao encontro das aspirações dos
seus povos.

Referindo-se as relações de amizade e cooperação entre os dois países
as considerou de "boas", embora ache que podia se ter feito muito
mais.

"Da parte de São Tomé e Príncipe creio que devia haver uma acção maior
para consolidar realmente, através da cooperação multiforme, as
relações entre os dois países. São Tomé é um país pequeno, com pouco
mais de 150 mil habitantes e tem um parceiro que é Angola", descreveu
Pinto da Costa.

Para o antigo estadista, Angola é para São Tomé e Príncipe um país com
quem tem relações íntimas e familiares pelo que defende o
estreitamento das suas relações, nos mais variados domínios.

"Os políticos deviam criar condições para que os agentes económicos
angolanos e são-tomenses pudessem cooperar de forma mais intensa. E
essa cooperação estreita com Angola, do ponto de vista económico e
social, para mim era uma condição sine qua non para São Tomé tirar
partido realmente, neste mundo cada vez mais globalizado, da situação
geográfica que o país tem no Golfo da Guiné", argumentou.

Comentários

Mensagens populares