O racismo está cada vez mais institucionalizado em Coimbra


Definição:

O primeiro teórico do racismo foi Gobineau (1816) no seu Essai sur Inégalité des Races Humaines(1854).

Segundo este autor, o racismo baseia-se num número de ideias sem fundamento ciêntífico, nomeadamente, a raça superior é “pura”; as suas qualidades intelectuais e culturais estão ligadas à sua pureza biológica. O racismo impede que as pessoas da raça considerada inferior tenham acesso a certos postos ou a certas posições sociais, praticamdo a segregação racial. E daí resultar uma predisposição para a hostilidade, despreso, preconceitos e esteriótipos depreciativos.

Factos:

Em Portugal, nomeadamente, na cidade de Coimbra, a inserção no mercado de trabalho

Africana, Brasileira e a Ucraniana é de profunda pertubação e marginalização. Todas essas comunidades têm um rótulo. Por exemplo, a Africana têm o rótulo de criminosa, a Brasileira está associada à prostituição, a ucraniana tem o rótulo de mafiosa.

Todo este sofrimento das comunidades imigrantes é, legitimado pela sociedade portuguesa que ainda continua introvertida no seu conservadorismo. O caso “arrastão” é Exemplo disso mesmo, que foi exibido troçadamente nos meios de comunicação social, mas que não passou de um equívoco cognitivo.

Perante este cenário da autêntica diabolização do “outro”, faz-me pensar muito sinceramente que os portugueses têm memórias curtas ou são maus à História. Esqueceram-se que entre os anos de 1855 até o final de 1930 perto de 2 milhões de portugueses sairam de Portugal. 95% Rumaram ao Brasil e aos EUA, devido ao desiquilíbrio económico que caracterizou à economia portuguesa durante o século e, que teve reflexo na distribuição regional das áreas migratórias. Os portugueses iam para às américas a procura da “Terra Prometida”.

O destino brasileiro foi largamente dominado durante o século XIX, prolongando-se pela primeira metade do século XX. A partir da independência do Brasil, veio a afirmar-se naquele país, progressivamente, o predomínio da “política imigrantista”, por oposição à tradicional corrente” esclavagista”, ambas obviamente inspiradas na necessidade de assegurar mão-de-obra para o povoamento e para o desenvolvimento económico do novo Estado.

Embora com menor dimensão, o destino dos estados Unidos da América foi muito importante para a emigração portuguesa durante o século XIX, mantendo assinalável regularidade no século seguinte e mesmo até ao presente.

Os anos de 1963 marca a transição da emigração dominantemente transatlântica para a dominante continental, sendo Brasil ultrapassado em efectivos, pela primeira vez, pelo destino francês. Constituído este fluxo, na sua maior parte, pela emigração clandestina para França (onde chegaram a estar imigrados mais de um milhão de portugueses), essa corrente dirigiu-se também para Alemanha, Luxemburgo, Suíça, Bélgica, Holanda e Grã-Bretanha.

A imigração intra-europeia caracterizou-se pela procura de realização económica a curto prazo, traduzidas por trabalho intensivo e prolongado, despesas reduzidas ao mínimo essencial e, consequentemente, pela realização de aforros significativos, quase integralmente investidos em Portugal.

Todo este enquadramento histórico acima aludido foi para demonstrar por um lado, que Portugal foi e continua a ser um um país de emigração, isto é, mais de 50 mil portugueses saiem por ano de Portugal com destino à paises diversificados. Por outro lado, quero apelar ao diálogo e a compreensão inter e multicultural e que façamos deste diálogo e desta compreensão, verdadeiros alicerces para erguermos a convivência e o relacionamento pacífico internacional.

Hector Costa

Mestrando em Sociologia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

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