A carta das novas ideias. Bom ponto para reflexão

Carta: Estudantes finalistas são-tomenses em Cuba:

STP ganhou atraso de 100 anos nos últimos 6 anos

 

Caros Compatriotas:

O Parvo 22-04-09 Antes de tudo, os nossos maiores votos são que o conteúdo deste documento encontre a equipa de “O Parvo” de óptima disposição laboral extensíveis a toda camada humilde, aquela que trabalha desde 1975 em prol do enriquecimento e bem-estar de um pequeno grupo de “burgueses são-tomenses”. 

Esta é mais uma carta que nós, estudantes são-tomenses em Cuba, enviamos para toda a sociedade civil, sobretudo, aos nossos familiares como forma de protesto ao governo para demonstrar-lhe o nosso descontentamento, desagrado, frustração em que o mesmo submeteu-nos na República Socialista de Cuba. 

Fazendo uma retrospectiva daquilo que é STP, a menos de 5 meses do nosso regresso ao país e acompanhando sempre o desenrolar da situação politica, económica e social do mesmo, podemos afirmar que em 6 anos o país atrasou-se em aproximadamente um século, fruto da corrupção desenfreada, má gestão da coisa pública, politicas de facilitismo, tráfico de influencia, mau funcionamento dos tribunais e constantes instabilidades políticas.

Não é aceitável que em 33 anos de independência com tantas doações e ajudas externas que o país recebeu o “Zé-povinho”, como denomina alguns críticos construtivos da nossa praça pública ainda não viu resolvido o seu problema básico que qualquer cidadão numa determinada sociedade necessita para sobreviver tal, como energia eléctrica, água potável e saneamento de meio.

STP após a nossa independência tornou-se património e propriedade de um pequeno grupo de indivíduos com plenos poderes e direitos que depois do falecimento dos seus pais e familiares o herdaram definitivamente para saquear, expropriar, explorar e roubar toda riqueza existente como dizem os cubanos “haciendo lo que se les da en la puta gana”, mas queremos saber até onde vamos chegar com isso porque STP é de todos.

¿Intentona de golpe

de Estado, seria um bem

ou um mal necessário para STP?

Reflexões e opiniões de muitos colegas recolhidas cá em Cuba, pudemos chegar a conclusão que 80 % dos mesmos dizem que a “intentona” deveria concretizar-se, se bem que temos a plena consciência das consequências nefastas que traria ao país, mas está patente e visível que aqueles que pensam que STP é terra dos seus pais e familiares terminarão, se vierem insistindo como o “ex-presidente de Guine Bissau, João Bernardo Vieira, vulgo Nino Vieira”.

Todos os governantes que conduziram o país ao fracasso e ao atraso tecnológico, económico e social desde 1975 até aos nossos dias, salvo as almas que não merecem, deveriam ter vergonha e renunciar os seus cargos, dando assim oportunidades a todos aqueles que realmente querem desenvolver o país porque demonstraram ao povo durante todos esses anos que são um grupo de incompetentes, que só passaram todo o tempo no poder a delapidar, vandalizar e destruir STP (Os DVD), como disse o nosso compatriota Rafael Branco: nosso Deus, nosso Messias, nosso Isaías, nosso salvador e, sobretudo, nosso verdadeiro destruidor da Pátria.

Entrando especificamente no assunto a ser desenrolado, queremos dizer que nós os estudantes são-tomenses em Cuba, anteriormente auto-carenciados que passamos as condições de becados, estamos descontentes com o senhor Rafael Branco um dos autores intelectuais dos DVD por falta de transparência, sinceridade, lealdade e honestidade para connosco.

Queremos exortar a Sua Excelência que a estratégia que utilizou para saltar o solfão com o duque de pau aquando da sua visita a Cuba no ano passado, o vai crucificar e levá-lo ao fundo porque nós não necessitamos de dirigentes mentirosos, mas sim de homens honestos e que falam a verdade ao povo, haja ou não as condições para soluções dos problemas.

Com a visita da Sua Excelência a Cuba, a nossa situação agudizou-se profundamente no que diz respeito ao pagamento das nossas bolsas, que supostamente já não deveria atrasar porque o Estado eliminou todos os compromissos que tinha anteriormente com as autoridades cubanas. O Estado são-tomense já não tem que pagar nada, por isso não entendemos o porquê do atraso do nosso subsídio quando já vamos no sétimo mês de atraso.

Não existe dinheiro para pagar-nos porque o cofre do Estado está vazio, mas de Novembro de 2008 até o mês de Fevereiro do presente ano já vieram a Cuba três delegações são-tomenses a passear. O senhor ministro da Educação, Jorge Bom Jesus na sua ultima instancia em Cuba há aproximadamente um mês garantiu-nos que o titulo para o pagamento dos três meses (Outubro-Novembro-Dezembro de 2008) do nosso subsídio já estava nas finanças públicas do País para liquidar, mas não entendemos até a presente data, porquê que o dinheiro ainda não caiu na nossa conta?

Apelamos a ministra de Plano e Finanças, Sra. Ângela Viegas que autorize o desbloqueamento da nossa verba o mais rápido possível porque a situação cá em Cuba já está critica e preocupante. Não temos dinheiro para alimentação nem para compra de produtos higiénicos.

Sabemos e entendemos perfeitamente qual é a estratégia e filosofia do Governo, visto que pediram apoio financeiro a Líbia de 200 USD por cada estudante para pagar-nos o curso completo, mas a Líbia, conhecedora da máfia política são-tomense, recusou-se em transferir o dinheiro ao país e pediu os dados dos estudantes para transferi-lo directamente a Cuba, procedimento que deveria ter sido utilizado em 2003 pela República da China Taiwan.

Queremos deixar bem claro a senhora ministra das Finanças para autorizar a ordem de transferência de dinheiro a Cuba o mais rápido possível nos próximos dias, porque não se pode contar com “ovo no cu da galinha”, se Líbia decidir enviar dinheiro até Julho que será de nós?

A poderosa arma são

“As Novas Ideias”

Não vamos ficar a espera todo esse tempo porque os nossos governantes sabem perfeitamente que em Cuba não nos é permitido trabalhar, por tanto não vamos morrer de fome e miséria enquanto os senhores feudais gozem e desfrutem de boa vida.

Esperamos que o conteúdo da nossa mensagem esteja bem claro, porque nos próximos dias caso a nossa situação não for resolvida vamos dar uma conferência de imprensa aos órgãos de comunicação social internacional porque a situação está bastante crítica, exortamos.  

Informações não confirmadas postas a circular e que chegou a Cuba é que o governo tem um plano de exportar todos os quadros existentes na diáspora que regressarão ao país este ano para supostamente três países, nomeadamente AngolaGuiné Equatorial e Timor-leste.

A máfia política são-tomense está a dar-se conta que o círculo da pequena elite corrupta existente no País nos próximos tempos apertará, com tanta gente a exercer fortes pressões sobre eles. O momento da verdade se aproxima, tantos formados de nível superior vão chegando ao País para buscar emprego, os que têm dois ou três tachos terão que obrigatoriamente rescindir alguns.

Por isso, estão frustradosloucos e, por tanto, viram como a única alternativa enviar-nos para o exterior do país, mas entendemos perfeitamente esse jogo psicológico. Recebemos nas terras do comandante em Chefe Fidel Castro Ruz uma boa preparação política, ideológica nesse campo. Queremos avisar que antes de tudo levaremos nas nossas bagagens uma arma muito poderosa e potente: “As Novas Ideias”.

Consideraremos como muita falta de respeito e insulto ao apresentarmos as nossas candidaturas para cargos públicos que venham dizer-nos como é hábito aí no país que tens um diploma com muito boas notas, mas falta-te experiências de trabalho. Obstáculos que os burgueses apresentam sempre para não darem oportunidades aos outros, porque também se não lhes abrissem as portas em qualquer lugar nunca teriam a experiência profissional que dispõem hoje.

Queremos deixar bem claro que nenhum posto de trabalho em STP é perpétuo e eterno e, que ninguém nasce sábio, porque só com oportunidades de demonstrar é que se ganha experiências profissionais, aliás todos nós sabemos que a prática é o critério da verdade.

Outro aspecto importantíssimo que queremos frisar desde já, que deixaremos bem claro e patente, é que depois de tanto trabalho e sacrifício durante todos esses anos nenhum dirigente mal intencionado, desonesto ou melhor dito, pessoas não gratas levarão os nossos títulos universitários porque não nos demonstraram confiançasegurançahonestidade e credibilidade durante todos esses anos, senão mentiras e falsidades.

Os nossos títulos académicos serão transportados por seus respectivos titulares, esperamos que fomos bem explícitos quanto a essa matéria. Avisamos desde já, que essa questão é não negociável.

Terminamos esta nossa reflexão, mas prometemos desde já, dar sempre continuidade aos nossos planteamentos sobre a nossa situação actual e futura e voltaremos a frisar esta frase que será sempre a nossa acompanhante:

“HÁ QUE MUDAR TUDO O QUE DEVE SER MUDADO”

OS REVOLUCIONARIOS SÃO-TOMENSES

Cuba, 7 de Abril de 2009

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